sexta-feira, julho 25, 2008

O cachorro e a mulher

Nada de anormal acontece, uma vez que a mulher não estava latindo e quem abanava o rabo era o cachorro. Os dois ofegavam, mas era o cachorro quem fazia mais barulho. Quem usava a correntinha era o cachorro, apesar de a mulher portar um colar de coração.
 
No bolso da mulher, dois sacos plásticos. Um era para ser usado quando o cachorro fizesse cocô e tivesse alguém olhando; o segundo era para se já tivesse usado o primeiro e o cachorro resolvesse defecar justamente quando tivesse outra pessoa olhando. O cachorro nunca fazia cocô três vezes.
 
Passou outro cachorro do outro lado da rua e foi o cachorro quem latiu e a mulher quem o controlou. Foi no pescoço do cachorro que doeu quando a coleira foi puxada e foi a mulher quem disse "xiu, xiu, xiu!"
 
O cachorro se acalmou e foi ele quem puxou a coleira para ir à arvore que estava na sombra. E ele também quem levantou a perna e fez um xixi espesso. A mulher foi quem ficou corada quando passaram três rapazes sem camisa de bicicleta.
 
Nada de anormal. Um dos rapazes grita:
 
- Cachorra!
 
Aquele shortinho não era para ser usado por uma mulher ao meio dia de uma quarta-feira nublada.

2 comentários:

Muta disse...

Afinal, ela corou pelo cachorro aliviando-se na árvore ou pelos olhares lascivos dos garotos?

Michele disse...

hehehe, eu li esse textos antes de ontem... ontem eu fui correr (correr, de atividade física) e como sempre, entretida com os fones no ouvido... e escuto lá de longe "pisu, psiu...ei..."... que eu olho pra trás um velho com cara de tarado. Depois de ter feito cara feia, olhei pra frente e vi uma cadelinha correndo em direção ao velho. Não sabia se eu ria ou se me sentia como se a carapuça tivesse me servido. Como eu não estava de shortinho e vestida de forma muito comportada, me restou rir e muito.