Depois de levantar as quatro da manhã, para pegar um maldito avião, eu sinceramente imaginei que Alguém me daria uma folga, fazendo com que o danado do dia continuasse tranquilamente até o fim.
Ledo engano, claro, pois ao pegar o carro em Belo Horizonte - meu destino - acabei me perdendo (maldita hora em que não confiei no Google Maps).
Por que eu não aprendo a lição e paro de ficar achando que não, as coisas não podem ficar piores? Mas até aí tudo bem, a situação não estava de todo perdida, pois o representante da minha empresa iria me encontrar e tudo ficaria bem. Mais uma vez, nesse momento, eu achava que nada poderia piorar.
Ok, lembram-se da lição que nunca aprendo?
Pois bem, parei o carro esperando o meu guia de última hora, quando uma moça (tá, na hora eu desconfiei seriamente tratar-se de uma prostituta) se aproxima da janela do meu carro.
_ Ocê qué fazê uma brincadera alí? - Pergunta a moça, apontando para um degrau atrás de um poste.
_ Não, não, obrigado, mas não quero fazer nada não... - Certo, poupei-a de explicações sobre o porquê do gajo aqui estar lá, mas ainda assim fui realmente educado. As vezes me surpreendo comigo mesmo...
Então ela dá de ombros enquanto vai ao "cantinho" indicado para, percebo então, brincar sozinha. Não não meus amigos, ela não pagou a ela mesma para se divertir, pois eu havia me enganado: ela começou é a pitar um cachimbo de crack. É, chegou então o dia em que ofereceram-me crack. Mas, será que podia piorar?
Bem, sim... Um tempo depois ela se levanta e parece ir embora e nesse momento eu ainda encarava - trancado no carro - o fato de ter que esperar o meu amigo onde havia combinado. Mas algo me disse que, como as coisas podem sim piorar - será que estou aprendendo algo? - eu deveria ficar atento e alguns instantes depois percebo que ela voltava para as proximidades acompanhada de alguém vestindo uma camiseta vermelha. Possivelmente seu fornecedor - pois pitava novamente com ela - e talvez também seu cafetão. Ah, e eles olhavam insistentemente para o carro onde eu estava...
Não, agora eu não podia esperar mais e me pirulitei de lá e, a apenas um quarteirão de lá, encontro uma delegacia - sim, apenas um quarteirão - e agradeço por poder avisar a alguém sobre o que se passava alí ao lado. Falei com um policial que estava na porta da delegacia e imediatamente ele, supostamente (pela ironia da pouca distância acho que eu podia desconfiar), disse que iria informar aos seus colegas pelo rádio sobre o assunto, garantindo-me que até uma câmera eles tinham na região.
Pois mudei o meu ponto de espera para a calçada defronte à dita delegacia. Instantes depois reconheço o traficante/cafetão desfilando tranquilamente na porta do prédio.
É, nessa hora meu guia chegou e ir embora pareceu então a melhor opção... Não sei, mas pela cronologia da coisa, o policial podia até ter "passado um rádio", mas o colega em questão devia é estar trajando uma camiseta vermelha.
E que ninguém venha me falar que o cara estava trabalhando disfarçado!
Nota:
- O dia não podia ficar pior né? Então eu decidi nem falar da viagem, de carro, de Belo Horizonte até Ipatinga...
- E se ficou algo cômica a história, lembrem-se de que ela é, na verdade, trágica...
3 comentários:
Tragédia maior, eu vejo isso quase todos os dias...
Causo cabeludo este. Mas te digo, realmente ficou mais engracado, diga-se tragico, com o sr. contando. Desculpe as risadas, mas realmente foi incrivel! Hahaha...
beijos
No mínimo, bizarro !
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