sexta-feira, março 20, 2009

Imponente, mas impotente

Alguns dias atrás, São Paulo foi novamente palco das famosas águas de março que fecham o verão.

É ao mesmo tempo triste e curioso ver como uma cidade desse porte fica tão fragilizada com uma chuva. Intensa e demorada, é verdade, mas nem por isso essas características deveriam ser condições para que desastres como os que foram vistos, acontecessem. Seria sensato que a cidade tivesse estrutura capaz de suportar essas já esperadas chuvas de verão.

Acho inadmissível em 2009, com o mundo repleto de tecnologias, soluções inteligentes para uma série de problemas, ainda não existir uma maneira de evitar ou ao menos minimizar situações pelas quais não só São Paulo, como até mesmo cidades de primeiro mundo, passam em época de fortes chuvas.

Me incomoda ver moradores sofrendo com a perda de suas casas que muitas vezes levaram anos pra construir, falta de luz em diversos bairros por horas a fio, acarretando entre outros entraves, caos no trânsito já confuso (e com um número crescente de carros a cada dia), pessoas levando horas e horas pra chegar em casa, ou tendo que dormir no trabalho, motoristas perdendo seus carros arrastados pela água, entre outros contratempos. E o mais chocante, pessoas morrendo por falta de atendimento devido a impossibilidade de locomoção nas ruas e avenidas da cidade.

Ainda durante à noite, todos os veículos de comunicação nos bombardeiam com notícias sobre a catástrofe, e no dia seguinte, o prefeito aparece na tevê mais uma vez prometendo criar estratégias para diminuir o sofrimento dos paulistanos. Claro que ele não pode ser culpado por todo esse infortúnio, mas ver a impotência de uma megalópole como São Paulo diante de evento natural tão comum é, de certa forma, revoltante.

4 comentários:

Lótus disse...

O sr. prefeito pode até não ser "o" culpado, mas ele tem RESPONSABILIDADE. Tá faltando com ela. Tá em grande dívida, aliás.

Eu tbém me revolto.

Paulinha disse...

Né? Diria mais... desesperançoso também!

Rafa disse...

Lotus: Com certeza ele tem uma parcela de responsabilidade, mas se formos pensar, o povo ignorante que insite em jogar lixo no chão entupindo tudo, não fica atrás.

Paulinha: É triste dizer, mas também perdi minhas esperanças em relação a esse país.

muta disse...

prefeitos, população, o passado - que instalou a cidade às margens dos rios -, todos são culpados.

e dá muita raiva ver o que é feito de errado e o que não é feito para se mudar a situação.

aliás, tenho pensado seriamente em o que eu poderia fazer para contribuir com a solução de outro problema: a poluição do tietê e do pinheiros... ainda não sei o que, mas uma idéia está se formando...

mas eu não perco as esperanças não... sei lá, mas talvez eu não seja mais uma referência de nada, pois and estranhamente mto otimista... bizarro, in fact!