quinta-feira, agosto 28, 2008

Amor e Sexo

A liberação feminina ocorrida na década de 60 trouxe uma série de benefícios para nós mulheres. Claro que hoje, quase 40 anos depois, vivemos uma situação bastante diferente, e mesmo depois de muitos avanços, certos  comportamentos demoraram muito tempo para mudar ou para serem aceitos.

É bem verdade que não é de hoje que a mulher está se sentindo mais livre, mas sem dúvida de uns anos para cá, vem experimentando um gostinho novo, de liberdade, seja no que  diz respeito a trabalho, independência financeira e emocional, ou relacionamentos, que na maioria das vezes envolve sexo.

Parece que as mulheres estão conseguindo desvencilhar sexo de compromisso e amor. Ou pelo menos estão assumindo isso numa boa, algo que até algum tempo atrás, não era muito bem visto.

Apesar de ter nascido nessa fase já liberal, posso dizer que nem sempre me senti assim. Era o tipo de mulher que sonhava em encontrar o príncipe  encantado, o grande amor da minha vida. Até que algum tempo atrás, percebi que isso é bem mais difícil do que parece e decidi mudar minha maneira de encarar certas questões. 

Deixei de ser tão seletiva; passei a escolher menos e abrir minha cabeça a ponto de conseguir separar amor de sexo. São coisas que convivem muito bem separadamente. Na realidade, o sexo existe sem amor, mas a recíproca raramente é verdadeira. 

Porque, por exemplo, a mulher não pode escolher com quem transar ou até mesmo chegar num cara e dizer do que está a afim? Não há nada de vulgar ou errado em se fazer sexo por prazer, seja mulher ou homem. Infelizmente a mulher, ainda, é mais estigmatizada por isso.

Embora não esteja dizendo que passei a ir para cama com todo e qualquer homem que me apareça pela frente, sei que não preciso ficar fazendo doce se estiver com vontade. Tenho bom senso e discernimento.

Creio que um mínimo de afinidade seja fundamental, assim como tesão. Se tiver amor, indubitavelmente, é bem melhor. Ainda assim, não acho essencial para que se tenha uma boa transa. Abaixo o tabu de que sexo só deve ser feito com amor ! Sexo é bom, mesmo sem amor, porque dá prazer. E isso, por si só, já vale a pena.

Uma das minhas melhores transas não envolveu amor, mas tesão e sedução. Talvez por isso a entrega tenha sido maior, já que não havia o medo de me apaixonar. E  já fiz sexo com amor que não foi tão bom assim. É relativo.

Em determinadas situações o amor, ou a iminência dele, pode até atrapalhar, principalmente se for mais intenso por parte de um dos envolvidos. Corre-se o risco de se apaixonar depois de uma noite que tenha sido legal. Principalmente as mulheres, que tem mais tendência a se envolver.

Aquele papo de que enquanto não se acha o certo vai se divertindo com os errados, foi uma bela descoberta. A mulher hoje em dia está dando o troco. Transa e no dia ela é quem dá tchau, e não ele. Simples assim.

E é exatamente como tenho pensado ultimamente. Felizmente sem me sentir mal com isso ou me achando uma oferecida. 

10 comentários:

Muta disse...

ainda acho que as mulheres têm a faca e o queijo na mão.

e acho que essa mudança no comportamento feminino algo bom.

:D

Cláudia disse...

Olá! Achei seu blog por acaso, navegando de link pra link. Achei muito interessante esse seu post, até porque até um tempo atrás eu pensava exatamente assim. Mas descobri que eu mesma estava me enganando: na verdade sexo sem compromisso é estranho. Eu hoje acredito que nenhuma mulher, nem que seja lá bem no fundinho do coração, fica legal de verdade com o dia seguinte. No fundo, nos sentimos desvalorizadas. Hoje eu entendo o sexo como consequência de uma intimidade profunda entre duas pessoas... E intimidade só vem com o compromisso, com relacionamento... Eu vejo hoje em dia também uma supervalorização do sexo também. Somos inundados, invadidos pla sensualidade (e às vezes pornografia) em todos os lugares em que andamos, na tv, no cinema, nas revistas e jornais, nas conversas, nos relacionamentos.... Será que todos nós teríamos esse fascínio, essa dita "necessidade", se essa inundação não fosse constante?

Do Zero Ao Um disse...

Interessante. Acredito que hoje a forma que você entende o sexo e o amor (nesta ordem, pois você falou muito mais de sexo do que amor) é como a maioria das mulheres pensam.
Hoje chegamos (homens e mulheres) ao ponto de fazer sexo sem amor com a pessoa amada. Nunca ocorreu comigo mas ouvi relatos de mulheres que fazem sexo imaginando estar com outra pessoa ou de homens pensando em somente em si mesmo.
Entre sem compromisso ou com amor eu fico com amor que só irá ocorrer se for recíproco pois caso contrário será sem compromisso e sem saber se realmente foi bom para os dois.

Julie disse...

Oi, Rafa
Adorei seu texto!!!
Mas acho que posso me considerar uma antiquada meio cafona (rs), ou até mesmo uma romântica demasiadamente excessiva (que horror!!!), pq eu acredito que quando estamos com alguem que escolhemos (pq a mulher tem o poder da escolha) e queremos dividir essa intimidade, cedemos a outra parte alguns méritos.
Infelizmente e felizmente, há aqueles que sabem valorizar essa situação, e outros q jogam no ralo qualquer possibilidade!!!
Eu ainda continuo achando que sexo, transa, seja lá o nome que se de ao ato deliciosamente bom e excitante, envolva muito mais do tirar a roupa, gastar 10 min e ir embora.
;o)

Fofolette disse...

Puxa, até nos comentários deixados aqui a gente vê como é difícil mudar corações e mentes. Eu me casei com meu príncipe encantado, mas... q ninguém conhecido leia isto aqui (vixi, mto menos meu marido!!), de vez em qdo suspiro por um pouco de sexo sem amor... Mas, enfim, eu ainda acredito na fidelidade, ainda a acho fundamental. Por isso, para mim, sexo sem amor só se for com o meu marido mesmo, nos dias de TPM. Fala sério, nesses dias não dá pra amar ninguém.

Ziza disse...

Percebo que a mulher fica uns tempos pensando e fazendo sexo com amor, depois sexo sem amor... e no final ainda se pergunta como lidar com ambos. Talvez o problema não esteja nesta discussão se é com amor ou sem, ou uma paixão ou de amizade. A questão também não está nos costumes, nem nunca esteve. Fazer o que esperam da gente dá um sossego interior, e isto acontecia até os anos 70. É mais fácil viver com regras do que em liberdade. No frigir dos ovos, estaremos nos questionando no decorrer da vida, e mais ainda na chegada dos 60. Que estes anos sejam proveitosos!

tulio disse...

Olá, tenho visto o quanto que as mulheres estão mudando, principalmente quanto ao sexo. Lembro-me quando era adolescente e era muito difícil conseguir alguma coisa, tinha que ser um cara bem despojado, atleta, carismático, educado, enfim, não podia ser um qualquer, e como era difícil conseguir passar a mão na namorada e etc. Hoje aos 37 anos, vejo namoradas dormindo na casa do namorado, assim como algo bem natural e me refiro aos adolescentes, algumas garotas maiores de trinta ainda se intimidam quando voce propõe algo a mais, outro dia envolvi-me com uma garota de 21 anos e num rápido chope de fim de tarde fomos parar no carro dela em plena luz do dia, parecia conto erótico, sexo delivery, no final lembrei-me que não tinha nem visto os seios dela, coisa de louco, e como eu fico, após longos anos de tentar aprender a arte da conquista, os galanteios, o sussurro no ouvido, aquela cheirada no cangote, o desabotuar de um sutiã, retirar devagarinho a calcinha, sentir aquele odor característico que nos deixa entorpecidos, beijar cada centímetro, cada pelo pubiano, as coxas, o umbigo, os mamilos, alisar os cabelos.........Pois é, e eu que sempre me preocupei com as preliminares, fiquei a ver navios, virou aquele negócio de filme porno: vai garoto, vai, vai.....agora tá bom, continua....tchau.

Anne disse...

A natureza da mulher é se envolver sim. As que não se envolvem ainda são chamadas de "putas". Nestes relacionamentos em que a mulher é que dá tchau depois da transa, só as faz igualarem-se aos homens. Que graça tem para um homem, transar com uma mulher com "psique masculina". É como se o homem transasse com outro homem. São mulheres masculinizadas em que o homem não necessita nem dizer adeus.

Dayse disse...

O texto é maravilhoso. Separar as coisas pode nos ajudar muito (á nós mulheres). Saber diferenciar e tirar o maior proveito disso.
Xau!

Renata disse...

A nossa cultura impõe um comportamento romântico à mulher.

Sempre tive uma sexualidade bem desenvolvida, comecei a me masturbar muito cedo e minhas fantasias não tinham nada a ver com uma tarde de amor em uma praia deserta. O que me excita no sexo é o proibido, a sacanagem.

Já fiz sexo sem amor e achei uma delícia, não que não goste da intimidade de transar com meu namorado, mas a excitação de ir pra cama com um estranho foi uma experiência inesquecível. E isso nada tem a ver com o meu jeito doce de querer carinho, amor e tudo mais.

Sei que sou exceção, mas não creio que esse jeito recatado feminino tenha a ver com a natureza, acho que é cultural mesmo.

Na minha vida nunca encontrei um homem que não quisesse ser amado, a mesma coisa é a mulher, só que ela tem medo de se entregar aos prazeres do sexo para não ficar "mal-falada", ser vista como "vadia", e assim não encontrar alguém que goste dela.

Sei disso por mim mesma, já que sempre fui extremamente discreta, tendo um comportamento social esperado. Infelizmente não dá pra sair por aí falando o que pensa e fazendo o que quer.

Já vi um comentário aí falando que mulher que faz sexo sem amor é puta, só tenho a lamentar que existam mulheres tão ignorantes ponto de achar que nós temos classificação: as "normais" e as vagabundas.

No dia em que não existir tanta hipocrisia aqui no Brasil, com certeza, nós mulheres seremos muito mais felizes.